"Triste Congo" 2.0

Aquele não era mais o seu Congo, nem estes são os seus adornos de filhos de rei, como não são preciosas estas joias de falsos negros lúcidos e de vermelhos transparentes demais. Elas podem ser compradas com as gomas de mascar todas-as-frutas, em surpresas anexadas. O maior espetáculo não está nas tuas minas que ainda descarnam pares como estes desiguais, nem nos pobres paquidermes ensinados deste circo sem diversão, nem nas crianças que brincavam entre os riscos e livres estilhaços que cintilavam em explosões atrasadas de um velho ódio inexplicável, mas nos precoces desafortunados de outras minas do Congo, que mesmo encontrando todas as riquezas daquelas terras escondidas, serão apenas os esquecidos na cadeia tecnológica. Aplausos para o design, para a mais-valia, para o horror e para o avanço tecnológico.

Alexandre Casagrande

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